Morreu Nelson Mandela
05 de Dezembro de 2013,
23:57
Nelson Mandela, um dos heróis da luta
anti-Apartheid, morreu esta quinta-feira, aos 95 anos, na sua residência de
Johannesburgo, informou o presidente sul-africano, Jacob Zuma, num comunicado à
nação.
"Queridos
compatriotas, o ex-presidente Nelson Rolihlahla Mandela, presidente fundador da
nossa nação democrática, deixou-nos (...) Ele agora está em paz. A nação perdeu
o seu filho mais ilustre", declarou Jacob Zuma.
Mandela "foi-se
em paz (...). O nosso povo perdeu um pai", lamentou o presidente
sul-africano, acrescentando que "o nosso querido Madiba terá funerais de
Estado", com as bandeiras a meia haste a partir de amanhã e até ao dia do
seu enterro. As cerimónias fúnebres vão durar 9 dias, noticiou a Rádio e
Televisão de Portugal (RTP).
"Vamos expressar
a nossa profunda gratidão por uma vida ao serviço do povo deste país e da
humanidade. É um momento de profunda dor (...) Sempre te amaremos,
Madiba", disse Zuma.
"Vamos
comportar-nos com a dignidade e com o respeito que Madiba personificava",
acrescentou Zuma, usando o nome do clã de Mandela, sempre pronunciado com
familiaridade por todos os sul-africanos quando se referem ao seu ídolo.
Depois de saber da
morte de Mandela, várias personalidades se manifestaram, entre eles Barack
Obama, Cavaco Silva, Cristiano Ronaldo, Ban Ki Moon, entre outros.
Líder da luta dos
negros contra a segregação do Apartheid, Nelson Mandela passou 27 anos da sua
vida detido. Solto em 1990, o preso político mais famoso do mundo tornou-se,
quatro anos depois, o primeiro presidente negro democraticamente eleito do seu
país (1994-1999), África do Sul. Mandela aposentou-se desde o fim do seu mandato
para se dedicar à protecção da infância e à luta contra a SIDA, uma praga que
assola a África do Sul.
O "longo caminho
para a liberdade" (título de sua autobiografia publicada em 1994) começou
a 18 de Julho de 1918, na aldeia de Mvezo, no bantustão do Transkei (hoje
província dO Cabo Oriental), onde nasceu no clã real dos Thembu, de etnia
xhosa.
"Lutei contra a
dominação branca e lutei contra a dominação negra", dizia Mandela para
resumir a sua longa luta pela liberdade.
"O Meu ideal
mais caro foi o de uma sociedade livre e democrática, na qual todos viveriam em
harmonia com oportunidades iguais. Eu espero viver tempo suficiente para
conseguir isso. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual eu estou disposto
a morrer", completou.
Da prisão de Robben
Island, onde passaria 18 anos, e das prisões de Pollsmoor e de Victor Verster,
Mandela inspirou a Revolta das Townships (1976). Também é na prisão que ele é
alvo das aproximações secretas do governo branco, que antecederam as
negociações com o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês).
Solto a 11 de
Fevereiro de 1990, o preso 46664 (número que passa a simbolizar sua grande
campanha contra a SIDA) reaparece em frente às câmaras de todo o mundo ao lado
da sua mulher, Winnie, de quem acabaria por se separar dois anos depois.
Triunfalmente eleito
nas eleições de 27 de Abril de 1994, Nelson Mandela estabelece logo no seu
discurso de posse a missão que guiaria a sua presidência. Convencido de que a
sociedade sul-africana continuaria a trabalhar para fazer do país "um
milagre", Madiba prometeu: "quando eu entrar na eternidade, terei um
sorriso nos lábios".
Fonte: SAPO c/ AFP
Por: Hélder Nhamunze
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