Mugabe resiste à pressão de militares para deixar governo do Zimbábue, diz agência
Presidente está confinado em sua residência na capital, Harare. Militares tomaram prédios públicos, mas negam se tratar de golpe.
O presidente Robert Mugabe insiste que é o único governante legítimo do Zimbábue, disse uma fonte de inteligência à agência Reuters nesta quinta-feira (16), e está resistindo à mediação de um padre católico que visa conceder ao ex-guerrilheiro de 93 anos uma saída honrosa na esteira de um golpe militar.
O padre Fidelis Mukonori está atuando como intermediário entre Mugabe e os generais, que tomaram o poder na quarta-feira por meio de uma operação direcionada a "criminosos" ligados ao presidente, disse uma fonte política de alto escalão à Reuters.
A fonte não pôde dar detalhes das conversas, que parecem buscar uma transição suave e pacífica após a saída de Mugabe, que comanda o Zimbábue desde sua independência, em 1980.
Mugabe, ainda visto por muitos africanos como um herói da libertação, é repudiado no Ocidente, que o vê como um déspota cujas desastrosas medidas econômicas e disposição para recorrer à violência para se manter no poder destruíram um dos Estados mais promissores da África.
Relatos da inteligência zimbabuana vistos pela agência levam a crer que o ex-diretor de segurança Emmerson Mnangagwa, demitido da vice-presidência em outubro, está elaborando uma visão pós-Mugabe para o país com os militares e a oposição há mais de um ano.
Mnangagwa exilou-se na África do Sul. Na quarta-feira, surgiram relatos não confirmados de que ele - ex-braço-direito de Mugabe e um dos heróis da independência do país - estaria voltando ao país.
Fonte: G1 Globo noticias
Por: Helder Nhamunze
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